Arbovírus Ilheus em aves silvestres (Sporophila caerulescens e Molothrus bonariensis)

Luiz Eloy Pereira, Akemi Suzuki, Terezinha Lisieux Moraes Coimbra, Renato Pereira de Souza e Esther Luiza Bocato Chamelet

Seção de Vírus Transmitidos por Artrópodos. Instituto Adolfo Lutz. São Paulo, SP, Brasil

DESCRITORES
Arbovírus, isolamento e purificação.# Aves, virologia.# Infecção por arbovírus, transmissão.# Mamíferos, virologia. Reservas naturais. Vetores de doenças. Ecologia de vetores. Testes de inibição de hemaglutinação. Testes de fixação do complemento. Testes de neutralização. Zoonose. ¾ Arbovirus Ilheus, isolamento. Sporophila caerulescens. Molothrus bonariensis.
RESUMO

OBJETIVO:
Relatar o isolamento do vírus Ilheus no Estado de São Paulo e avaliar o seu impacto para a saúde pública.

MÉTODOS:
O isolamento de vírus foi realizado em camundongos albinos Swiss, a partir de sangue de aves silvestres, capturadas com redes de espera tipo mist net, armadas no nível do solo, no Parque Ecológico do Tietê, São Paulo. A identificação das cepas isoladas foi feita pelos testes de inibição da hemaglutinação, fixação de complemento e neutralização em camundongos. Amostras de plasma de aves e de mamíferos silvestres foram submetidas à pesquisa sorológica para detecção de anticorpos inibidores de hemaglutinação.

RESULTADOS:
Foram isoladas duas cepas do vírus Ilheus em sangue de aves das espécies Sporophila caerulescens e Molothrus bonariensis e detectados anticorpos em aves das espécies Columbina talpacoti, Geopelia cuneata, Molothrus bonariensis e Sicalis flaveola, em sagüis das espécies Callithrix jacchus e Callithrix penicillata e no quati Nasua nasua.

CONCLUSÕES:
O isolamento do vírus Ilheus e a detecção de anticorpos específicos em aves residentes, migratórias e de cativeiro, em sagüis e quatis, comprovam a presença desse agente no Parque Ecológico do Tietê. O comportamento migratório de aves silvestres pode determinar a introdução do vírus em outras regiões. Considerando-se a patogenicidade para o homem e a confirmação da circulação desse agente viral em área urbana, freqüentada para atividade de lazer e de educação, o risco de ocorrência de infecção na população humana não pode ser descartado.



KEYWORDS
Arboviruses, isolation and purification.# Birds, virology.# Arbovirus infection, transmission.# Mammals, virology. Natural reservations. Disease vectors. Ecology, vectors. Hemagglutination inhibition tests. Complement fixation tests. Neutralization tests. Zoonoses. ¾ Ilheus virus isolation, wild birds.
Sporophila caerulescens. Molothrus bonariensis.
ABSTRACT

OBJECTIVE:
To report the first Ilheus arboviruses isolated from wild birds and analyze its public health impact.

METHODS:
Wild birds and mammals were captured using mist nets and Tomahawk traps, respectively. Blood samples were drawn from these animals and inoculated intracerebrally in Swiss suckling mice found in the Parque Ecológico do Tietê, Brazil. The isolates were identified by serological tests, such as hemagglutination, hemagglutination inhibition, complement fixation and neutralization. Besides virus isolation, serum samples were also tested for the presence of hemagglutination inhibition antibodies.

RESULTS:
Two strains of Ilheus virus were isolated from the bird species
Sporophila caerulescens and Molothrus bonariensis. Specific antibodies to Ilheus virus were detected in serum samples of some birds (Columbina talpacoti, Geopelia cuneata, Sicalis flaveola and Molothrus bonariensis), marmosets (Callithrix jacchus and Callithrix penicillata) and coati (Nasua nasua).

CONCLUSIONS:
Virus isolation and detection of specific antibodies in serum samples of local, migratory and captive birds, captive marmosets and wild coati corroborate the circulation of Ilheus virus in the Parque Ecológico do Tietê. The migrating behavior of some species of wild birds, like
Sporophila caerulescens, enables the virus spread to other regions. Taking into consideration its human pathogenicity and the presence of the virus in this area, local authorities should be aware of the risk of infecting the local community.

FONTE: Rev. Saúde Pública vol.35 no.2 São Paulo Apr. 2001

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